EL POR QUÉ DE UN NUEVO BLOG

Después de abrir y mantener actualizado el blog: CENTRO VIRTUAL DE ESTUDIOS

ESPIRITISTAS Y AFINES, para la formación doctrinaria dentro de los postulados eminentemente racionalistas y laicos de la filosofía espírita codificada por el Maestro Allan Kardec que exhibe la Confederación Espírita Panamericana, a la cual nos adherimos, creímos conveniente abrir un nuevo Blog de un formato más ágil y que mostrase artículos de opinión de lectura rápida, sin perder por ello consistencia, así como noticias y eventos en el ámbito espírita promovidos por la CEPA, a modo de actualizar al lector.
Esa ha sido la razón que nos mueve y otra vez nos embarcamos en un nuevo viaje en el cual esperamos contar con la benevolencia de nuestros pacientes y amables lectores y vernos favorecidos con su interés por seguirnos en la lectura.
Reciban todos vosotros un fraternal abrazo.
René Dayre Abella y Norberto Prieto
Centro Virtual de Estudios Espiritistas y Afines "Manuel S. Porteiro".



sábado, 15 de septiembre de 2012

REFLEXÕES SOBRE O PERISPÍRITO E O CORPO MENTAL Jaci Régis(*) Santos-SP, Brasil 1. O PERISPÍRITO Allan Kardec ao afirmar a existência do perispírito, idêntico ao corpo físico, definiu-o como o envoltório do Espírito. Como não é possível imaginar o Espírito sem um corpo, seja encarnado ou desencarnado, é lógico supor que o perispírito é permanente. Ou seja, no nosso nível humano, o ser espiritual identifica-se, no espaço extrafísico, com um corpo idêntico ao que possuía enquanto encarnado, sucessivamente. Isso, porém, não significa que seja sempre o mesmo perispírito. Ao contrário, sabemos que em cada encarnação, há a desintegração e a reconstrução desse corpo energético, decorrente do processo de germinação e constituição do organismo físico. Dada a impossibilidade, então presumida, da relação direta entre o Espírito e o corpo físico (Espírito e matéria) atribuiu-se ao perispírito o papel de intermediário entre os dois e, ao mesmo tempo, como lugar da memória, inclusive estampada na morfologia corporal, devido à extrema plasticidade do corpo energético. Devido, principalmente, às dificuldades para explicar a permanência e a consolidação molecular do corpo somático, pensou-se que cabia ao perispírito a função de modelo funcional do organismo físico, fonte e diretriz de sua morfologia e mesmo de seu funcionamento biológico. Essa idéia tem sido repetida, sob variadas formas desde Delanne até hoje, inclusive por André Luiz. Contestações Estudiosos mais liberais e ligados ao pensamento científico vigente, têm procurado contestar as tradicionais informações sobre o papel do perispírito. O engenheiro Marcelo Coimbra Régis, em trabalho apresentado no IV Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, em 1995, apresentou as seguintes contribuições: Definição – corpo do Espírito, de estrutura material, composição e estado diferenciado do atualmente registrável e/ou conhecido. Ligação energética entre Espírito (pensante) e corpo (atuante) O perispírito é a cópia do corpo humano, mudando de forma de planeta a planeta e de aparência, a cada encarnação. Constituição – Matéria em estado desconhecido, porém sujeita a ação inteligente do Espírito e com capacidade de alterar seu estado natural de forma a tornar-se registrável aos nossos instrumentos (vide fenômenos físicos, ectoplasmia, raps\, etc.) Propriedades – Em seu estado natural, responde à ação intencional do elemento inteligente (Espírito) que tal como imã, aglutina e mantém sua estabilidade. Como analogia, teríamos o Espírito como o foco de atração , tendo ao seu redor a aglutinação da matéria perispirítica, formando o complexo Espírito/perispírito a emanar radiações energéticas, conforme os estados emocionais o Espírito. Portanto, o perispírito como corpo, ente, só existe ligado/aglutinado ao Espírito, não possuindo existência independente Biológico - o perispírito tem atuação muito sutil na economia corporal, pois o corpo humano é autônomo em suas funções básicas. Como transmissor das sensações e vontade do Espírito, o perispírito atua principalmente através do Sistema Nervoso Central, cabendo ao cérebro transformar esses impulsos energéticos em comandos reconhecíveis pelo resto do organismo. Sendo um corpo energético, ele também influencia o rosto do corpo, qual um campo de forças interagindo com as células e tecidos, porém, sem comandar diretamente seus movimentos e ações. Espiritual/Fenomenológico – aqui propomos a manutenção da proposta de A. Kardec sobre esses assuntos. No VI Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, em 1999, o engenheiro Reinaldo de Lucia, também apresentou trabalho sobre a natureza do perispírito, com as seguintes conclusões: Nesse modelo, a matéria que compõe o perispírito (na verdade, um tipo de energia) é perfeitamente integrada com a matéria "densa", podendo assim interagir com partes dela. Da mesma forma, por ser muito mais sutil, é perfeitamente suscetível de ação direta pelo Espírito, que pode mudá-la segundo sua vontade. O Espírito age como se fosse (numa analogia grosseira) uma carga. Tal como uma carga elétrica cria em torno de si um campo eletromagnético, o Espírito cria em torno de si um campo, que, à falta de nome melhor, poderia ser chamado de campo espiritual. Esse campo espiritual é o lugar geométrico onde se aglutinam as energias que constituem o perispírito. Esse não seria, então, um corpo, um organismo propriamente falando, mas um aglomerado energético-material em constante interação com o Espírito. Encarado sob este novo modelo, o perispírito passa a ter propriedades e funções mais adequadas aos conceitos atualmente aceitos pela ciência , sem descaracterizar as funções principais que lhes foram atribuídas por Kardec: Permite ao Espírito adquirir experiências que lhe são absolutamente necessárias para seu progresso intelectual; Age como individualizador dos Espíritos desencarnados, dando-lhes uma forma que lhes permite, especialmente em estágios menos avançados do processo evolutivo, seguir aprendendo e atuando,. Pode ser modificado segundo a vontade do Espírito Age durante a encarnação, permitindo que o Espírito consiga uma união perfeita com a matéria mais densa que compõe o corpo físico. Poder-se-ia dizer que, de certa forma, é o intermediário entre o corpo físico e o Espírito. A diferença é ser um intermediário estruturado como um continuum da própria matéria corporal, sob a forma energética, e não algo completamente diferente dela; Tem papel importante nas manifestações mediúnicas de efeitos físicos, tais como a materialização. Sua atuação nas manifestações inteligentes ainda precisa ser estudada. Recebe a influência de energias externas, vindas normalmente de outros Espíritos, sejam elas boas ou não. Não possui a função de transmissor de sensações do corpo para o Espírito ou de ordens no sentido inverso. Da mesma forma, não tem nenhuma atuação sobre a memória ou inteligência. Não possui órgãos nem nenhuma constituição semelhante, que são exclusivas do corpo físico. Modifica-se de acordo com as necessidades e capacidades do Espírito, mas não obrigatoriamente em mundos distintos (há de se verificar a questão da isotropia material do Universo). Analisando essas contribuições que se contrapõem ao entendimento tradicional sobre o papel e à formação do perispírito que, nas obras de André Luiz ganha uma feição de organismo com órgãos e funções, em muitos casos semelhantes à do organismo físico, faremos a reflexão que nos parece ser compatível neste momento. No nosso entendimento, realmente, o perispírito, não parece ter funções específicas na encarnação e restringe-se, no espaço extrafísico, ao papel de " capa energética" identificadora do Espírito desencarnado, com a dupla função de permitir a relação com os demais e servir de auto-identificação, uma vez que é na encarnação que o ser espiritual de nosso nível evolutivo encontra a própria imagem. Assim, parece-nos perfeitamente aceitável que o perispírito não sendo um organismo, não possui órgãos, o que elimina a suposição de que a mente, ou seja a capacidade intelecto-afetiva do Espírito esteja nele sediada. Isso parece pouco provável uma vez que sendo o perispírito uma criação temporária, sucessivamente reconstruída pelo Espírito, não teria condições de perpetuar a memória, que embora seja uma propriedade intrínseca do Espírito, é instrumentada de forma externa a ele. 2. O ESPÍRITO Encontramos no O Livro dos Espíritos informações vagas sobre a natureza do Espírito. Isso é perfeitamente compreensível porque não há forma gramatical ou explicação cientificamente compreensível sobre a complexa ou, quem sabe, simples constituição do ser . A palavra "espírito" (com letra minúscula) é inicialmente empregada para designar o princípio inteligente do universo em contraposição ao princípio material. O Livro faz uma série de ponderações sobre a interação entre esses dois elementos, cabendo a Kardec dizer que "a matéria é o agente, o intermediário, com a ajuda da qual e sobre a qual o espírito atua" . Depois, a palavra "Espírito"(com letra maiúscula) foi usada para designar "os seres inteligentes da Criação" ou seja para a individualização do princípio inteligente. Na tentativa de explicar a forma do Espírito , temos alguns itens de grande significação: Os Espíritos são imateriais? – Imaterial não é o termo apropriado, incorpóreo seria mais exato..... é uma matéria quintessenciada..... tão eterizada, que não pode ser percebida pelos vossos sentidos. Os Espírito têm uma forma determinada, limitada e constante? Eles são, se o quiserdes, uma flama, um clarão, uma centelha etérea. Segundo a Doutrina, esse Espírito ao ser criado é um princípio espiritual, que se tornará um "Espírito" ao desenvolver a inteligência e a afetividade, capaz de perceber-se como um ser, numa espiral evolutiva. Uma das mais significativas e inéditas contribuições do pensamento espírita refere-se à sua teoria da evolução do Espírito. De acordo com essa teoria, "o ser inteligente do universo" é criado por Deus como um princípio espiritual, "simples e ignorante". Isto é, um ser potencial, estruturalmente vazio. A potencialidade está contida na possibilidade de expansão e aquisição de experiências, movida por uma forma de energia oriunda de sua natureza permanente, imortal. Essas informações nos levam a ponderar que, em si mesmo, o Espírito não possui organização, sendo um núcleo incorpóreo, potencialmente expansível dispondo de uma energia intrínseca, propulsora e determinada, sintetizada no instinto de conservação e de uma capacidade potencial de apreensão e reelaboração de experiências. Dentro desse enfoque, o estudo do ser deverá ser feito em dois momentos: período pré-humano, como tempo de estruturação básica da individualidade período de sua inserção no nível humano, onde estrutura uma personalidade mutante. O período pré humano caracteriza-se, a partir instinto de conservação ou agressividade natural, como o da aquisição de conteúdos de experiência. Nele, o princípio espiritual não tem consciência de si mesmo e não possui nenhuma estrutura básica de percepção ou seleção. Na verdade, parece compreensível que a busca incessante da auto preservação, como elemento básico de perpetuação, seja o desencadeante do processo evolutivo pois dentro desse impulso inato, o ser embrionário esboça o esforço de construir condições de manter-se íntegro. Em conseqüência, desencadeia também um complexo, amplo e infindável processo de relações com o meio ambiente e com semelhantes, estabelecendo as bases futuras da consciência. O período humano é caracterizado pelo desenvolvimento da razão, ou seja a capacidade de acumular aprendizado e experiências e desenvolver a afetividade, com o reconhecimento de si mesmo e do outro. Como diz André Luiz no livro "No Mundo Maior", ( página 57 ,20a.edição - FEB) " O princípio espiritual desde o obscuro momento da criação, caminha sem detença para frente. Afastou-se do leito oceânico , atingiu a superfície das águas protetoras, moveu-se em direção à lama das margens, debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na floresta copioso material de formas representativas, ergueu-se do solo, contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir, conquistou a inteligência....Viajou do simples impulso para a irritabilidade, da irritabilidade para a sensação, da sensação para o instinto, do instinto para a razão. 3. O CORPO MENTAL Já vimos que o princípio espiritual não possui estrutura, pelo menos inicialmente. Todavia, interagindo com os elementos orgânicos, ele vai desenvolvendo uma estrutura psíquica , que chamo, por analogia, de corpo mental. É nesse centro energético e psíquico que o princípio espiritual vai estruturando um sistema mental flexível. Como diz André Luiz, é nesse espaço que vão sendo inscritos "os princípios ontogenéticos" que a experiência repetitiva e incessante vai consolidando, no processo constante de nascer, viver e morrer e renascer. Aí ele estrutura a memória e seleciona as experiências vividas. Ao longo do tempo, construindo, reconstruindo e armazenando as experiências, o princípio espiritual, começa a adquirir consciência crescente de si mesmo. Torna-se um Espírito. O corpo mental é, então, seu instrumento de recriação constante dos processos vivenciais de nascer, viver, morrer e renascer, com a diferença crescente de conscientização de si mesmo e do usufruto dos resultados acumulados das experiências e vivências. E é no corpo mental que ele inscreve e consolida, refunde e recicla suas impressões e aprendizado. Referindo-se ao corpo mental, assim afirma André "O corpo mental, assinalado experimentalmente por diversos estudiosos, é o envoltório sutil da mente. Estudando os efeitos do monoideismo que leva à perda do perispírito, André Luiz diz o seguinte: "cabendo-nos notar que essa forma (ovóide), segundo a nossa maneira atual de percepção, expressa o corpo mental da individualidade, ao encerrar consigo, conforme os princípios ontogenéticos da Criação Divina, todos os órgãos virtuais de exteriorização da alma, nos círculos terrestres e espirituais, assim como ovo, aparentemente simples, guarda hoje a ave poderosa de amanhã ou como a semente minúscula, que conserva nos tecidos embrionários a árvore vigorosa em que se transformará no porvir. (..."(Evolução em Dois Mundos, Capitulo II - Corpo espiritual, página 25, 91 1a. edição 1959 - FEB) Temos, pois, uma descrição possível do corpo mental, como um corpo sutil, de forma ovóide em torno do Espírito, guardando os órgãos de exteriorização da alma. Nessa conjugação mento-espiritual reside a expressão da individualidade. Embora enfatizando o perispírito como centro virtual da organização física, André Luiz mostra-o, todavia, precário, transitório, dependendo do desempenho mental para manter-se íntegro após a morte, principalmente nos primórdios da evolução e, depois, devido a processos doentios de concentração emocional. Eis o que ele diz : "Pela compreensão progressiva entre as criaturas, por intermédio da palavra que assegura o pronto intercâmbio, fundamenta-se no cérebro o pensamento contínuo e, por semelhante maravilha da alma, as "idéias-relâmpagos" ou as "idéias-fragmentos" da crisálida de consciência, no reino animal, se transformam em conceitos, inquirições, traduzindo desejos e idéias alentadas, substância íntima." Nesse processo evolutivo, informa ele "vamos encontrar o homem infra-primitivo, na rusticidade da furna em que se esconde, surpreendido no fenômeno da morte, ante a glória da vida, como criança tenra e deslumbrada à frente de paisagem maravilhosa, cuja grandeza, nem de leve, pode ainda compreender. O pensamento constante ofereceu-lhe a precisa estabilidade para a metamorfose completa... Entretanto, o homem selvagem, que se reconhece dominador na hierarquia animal, cruel habitante da floresta, que apura a inteligência, através da força e da astúcia, na escravidão dos seres inferiores que se lhe avizinham da caverna, desperta fora do corpo denso, qual menino aterrado, que, em se sentindo incapaz da separação para arrostar o desconhecido, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhia passa a viver, noutras condições vibratórias, em processos multifários de simbiose, ansioso por retomar à vida física que lhe sugere à imaginação como sendo a única abordável à própria mente..... Ressurgir na própria taba e renascer na carne, cujas exalações lhe magnetizam a alma, constituem aspiração incessante do selvagem desencarnado.... Pela oclusão de estímulos outros, os órgãos do corpo espiritual se retraem ou se atrofiam, por ausência de função, e se voltam, instintivamente, para a sede do governo mental, onde se localizam, ocultos e definhados, no fulcro de pensamentos em circuito fechado sobre si mesmos, quais implementos potenciais do germe vivo entre as paredes do ovo. Nesse período, afirmamos habitualmente que o desencarnado perdeu o seu corpo espiritual, transubstanciado-se num corpo ovóide..." ((Evolução Em Dois Mundos, pagina 76, 88 a 91 - 1a. edição, 1959, FEB) Verificamos, por essas informações, que perdendo o perispírito por deficiência do interesse e dificuldade em permanecer consciente, o Espírito concentra-se no seu corpo mental, onde provavelmente se instala a mente ou projeção constitucional do Espírito, sede da memória permanente e reduto de todas as experiências de seu processo evolutivo. 4. DISSOLUÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO PERISPÍRITO NA REENCARNAÇÃO A reencarnação é, por natureza, um trauma, destinado a promover uma ruptura das condições ambientais provocando um conflito existencial que pode ou não resultar numa modificação estrutural da personalidade existente. Em síntese, se considerarmos os efeitos que o processo reencarnatório provoca na estrutura da personalidade construída antes do nascimento, teremos um quadro bastante elucidativo. Dividamos o processo, a partir do momento da concepção até a consolidação da encarnação, e analisemos o comportamento do perispírito durante o processo . 4.1 - Período de desestruturação Este período se caracteriza pela desestruturação da personalidade existente, isto é, aquela que o reencarnante construiu na encarnação anterior, com possíveis modificações no plano extrafísico. Apenas para reforçar e lembrar que a individualidade permanente cria, a cada encarnação, uma personalidade adequada ao momento existencial, portanto mutável.. Ao se iniciar o processo da reencarnação, ele é um ser adulto, com idéias, sexo e conceitos mais ou menos definidos. Dentro de 9 meses, todo esse acervo se concentrará, perdendo os delineamentos de memória para ser sintetizado num ser indefeso e impotente para realizar os mínimos exercícios de raciocínio e percepção consciente de si mesmo. No livro "Entre a Terra e o Céu", André Luiz nos traz interessantes informações sobre o desaparecimento do perispírito no processo reencarnatório. O relato gira em torno da reencarnação do Espírito de Júlio, que no momento é uma criança desencarnada: " O corpo sutil do menino como que se justapunha aos delicados tecidos do perispírito maternal, adelgaçando-se gradativamente aos nossos olhos.... Delgaçara-se de maneira surpreendente.".. (. E a forma a rarefazer-se sob nosso olhos? )..... Está em ativo processo dissolução.. Em seguida transcreve a ilustração feita pelo Instrutor sobre o processo de dissolução do perispírito. "Imaginemos um pêssego amadurecido, lançado à cova escura, a fim de renascer. Decomposto em sua estrutura, restituirá aos reservatórios da Natureza todos os elementos da polpa e dos demais envoltórios que lhe revestem os princípios vitais, reduzindo-se ao imo do solo ao embrião minúsculo, que se transformará, no espaço e no tempo, em novo pessegueiro. É importante notar que O Livro dos Espíritos afirma que "o feto não tem alma" que corresponde à informação de que a ligação do Espírito com o organismo em gestação é tênue, através do chamado "cordão perispiritual" uma extensão energética, em nosso entendimento, do corpo mental. Logo, aí praticamente inexiste o perispírito. Como propõe Reinaldo di Lucia, sendo o perispírito um não-organismo, uma forma energética, ele só ressurgirá após o nascimento da criança. No período de gestação, existe o Espírito e seu corpo ovóide preso ao campo mental da mãe e dele se desprende com o nascimento 4.2 - Período de reestruturação O nascimento representa o mergulho do Espírito numa autêntica "caixa preta" saturada de emoção e latência, pois todo o acervo anterior é submetido a um processo de compactação. O choque do nascimento é o ponto de ruptura do antes e do agora. Imediatamente após o nascimento, tem início o período de reestruturação, Nesse momento a forma perispiritual começa a reestruturar-se, juntamente com o crescimento da criança. A integração do Espírito ao seu corpo promove a reconstrução total dos corpos psíquico, expressão energética, virtual do organismo físico. 5. LIGAÇÃO ESPÍRITO-CORPO Uma questão importante é saber-se como se faz a ligação do Espírito com o corpo. O Livro dos Espíritos tem informações interessantes: A alma não está encerrada no corpo, como o pássaro numa gaiola. Ela irradia e se manifesta no exterior, como a luz através de um globo de vidro ou como som em redor de um centro sonoro. É por isso que se pode dizer que ela é externa, mas não como um envoltório do corpo. A alma não tem no corpo uma sede determinada e circunscrita, mas ela se situa particularmente na cabeça... e no coração. A sede da alma se encontra mais particularmente nos órgão que servem para as manifestações intelectuais e morais. Considerando que a referência ao coração como sede do sentimento é antes de tudo uma metáfora, não há dúvida que é no cérebro que se encontram as ligações essenciais entre o Espírito e o corpo. Embora não se tenha uma idéia clara de como se dá a ligação da mente espiritual e o cérebro, é fora de dúvida que a interligação Espírito e corpo se processa nas circunvoluções e mecanismos cerebrais. Apoiando-nos no estudo de Reinaldo di Lucia sobre o perispírito, acima referido, podemos lucubrar sobre a possibilidade de que essa ligação Espírito-cérebro, se dê, em perfeita integração, no nível energético vibracional. Esse campo eletrizado e saturado de vibrações, mento-magnéticas, exprime, a nosso ver, os vórtices vibracionais do Espírito, através do tecido energético de forma ovóide, que seria a estrutura do corpo mental. O cérebro estaria mergulhado nesse tecido mental, estabelecendo uma ligação extremamente sutil, mas totalmente integrada, sinérgica. Seria, como analogia possível, uma interligação mente-cérebro, idêntica a que ocorre entre os neurônios, através das sinapses e neurotransmissores, aqui substituídos pelo fluxo da vontade do Espírito e emissões energéticas do organismo cerebral. 6. CONCLUSÃO Essas hipóteses nos levam à conclusão de que certas funções fundamentais atribuídas ao perispírito, no campo da memória e das recíprocas influências entre a mente espiritual e o corpo são, na verdade, exercidas diretamente pelo Espírito, através de seu corpo mental, num continuum energético integrado em suas variadas expressões. Dentro do entendimento de que estamos constantemente emitindo energias das mais variadas expressões, freqüências e intensidade, sabemos que um tecido energético repete em nível vibracional de energia mais sensível, a estrutura externa do organismo humano, refletindo, todavia, os estados mentais da pessoa. Seria a aura humana. Essa estrutura energética, verdadeira carapaça energética, no dizer de André Luiz, identifica os estados emocionais e físicos da pessoa. É um halo vital, mistura de energias de bases diversas, que, todavia, não deve ser confundida com o perispírito. Existe em relação à vida orgânica e mental do ser encarnado.
Ligado diretamente à mente espiritual, o perispírito é uma estrutura de energia sutil, mas forte, moldado na dinâmica da sinergia mente-corpo, durante a encarnação. Sendo, todavia, independente do corpo físico, quando mantido pela vontade e pelo pensamento contínuo do Espírito, transcende ao organismo, permanecendo íntegro durante a encarnação e após a morte física, como instrumento de identificação da pessoa. O perispírito é, como afirmamos, uma "capa energética" característica bem próxima da expressão "envoltório" usada por Kardec, sem estrutura e sem organização propriamente dita, mas existindo pela vontade do Espírito, como instrumento de identificação. A sede da memória, o instrumento mental desenvolvido pelo Espírito, seria seu corpo mental, permanente e em constante processo de expansão e aperfeiçoamento. (*) Psicólogo Clínico, Presidente do Instituto Cultural Kardecista, de Santos, fundador e diretor do Jornal Abertura, presidente do Conselho Administrativo do Lar Veneranda, escritor, autor dos livros "A Mulher na Dimensão Espírita" (co-autoria), "Amor, Casamento e Família", "Comportamento Espírita", "Uma Nova Visão do Homem e do Mundo", "Caminhos da Liberdade", "Muralhas do Passado", Introdução à Doutrina Kardecista" e "A Delicada Questão do Sexo e do Amor".

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